Não pretendia ler Meu Duelo com Sofio e
Outros Contos, escrito por Tito Ryff. Aliás, sequer tinha conhecimento de sua
existência. Outro dia, pesquisando – na Estante Virtual, que considero uma
espécie de Disneylândia dos bibliófilos – alguns temas que me interessam, encontrei
o volume. Edição de 1999. Preço irrisório. Encomendei um exemplar.
Composto por cinco contos, Meu Duelo
com Sofio e Outros Contos, é, de forma singular, boa diversão. Sem se esconder
atrás de firulas narrativas, o livro está escorado na mais singular das
pretensões literárias: contar um punhado de histórias engraçadas.
No conto homônimo ao título, o romance
entre o narrador e Mônica parecia destinado ao paraíso amoroso e sexual. Parecia.
No meio do caminho surge um gato. Inicialmente identificado como fêmea, o
felino foi batizado com o nome de Sofia, homenagem a uma avó de Mônica, recém-falecida.
Desfeito o engano, para não alterar a ordem do mundo, a dona mudou apenas a
vogal final. Ficou Sofio.
O gato, que tinha sido abandonado na
rua, foi recolhido por Mônica em uma madrugada em que ela chegou em casa bêbada.
O vínculo entre o animal e a mulher se solidificou com o tempo. Então, em
qualquer situação em que esteja envolvido Sofio, a atenção de Mônica se dirige
a ele. Anestesiada pelo amor que sente pelo animal, não percebe as nuances que acontecem ao redor e que, de
uma forma ou de outra, começam a sabotar o namoro. Por exemplo, o felino tenta
impedir a entrada do namorado no apartamento, arranha com as garras a porta do
quarto naqueles momentos em que o silêncio é interrompido pelo resfolegar de
nossas respirações e alguns gemidos. Mesmo nos momento em que Sofio caça
pombas e tenta almoçá-las no meio da sala, essa transgressão comportamental e
alimentar é vista pela dona do felino como uma pequena falta, coisa de criança.
Com o passar do tempo, o gato adquire
características antropomórficas – e pouco importa se isso é verdade ou fruto da
imaginação do narrador. Contra esse tipo de inimigo nenhuma arma é excessiva. Não
há limites. Vale tudo – e esse “tudo” é tudo mesmo, inclusive...

Depois que terminei a leitura e
emparedei o exemplar na estante, fiquei um instante a vê-lo desaparecer no meio
dos outros livros. Como o show precisa continuar, cabe enfrentar o próximo
desafio, a próxima leitura.
Ah, tenho pensado em comprar outros exemplares de Meu Duelo com Sofio
e Outros Contos – para presentear amigos e amigas que gostam de gatos.
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