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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

JOÃO RATH E ALGUMAS LEMBRANÇAS

Foi no final dos anos 70 e eu tinha quase vinte anos. O Edézio H. W. Caon, por alguma razão desconhecida, resolveu me apresentar alguns “comunistas” que frequentavam A Sua Livraria. Demorei um pouco para perceber que o rótulo ideológico era uma espécie de piada particular, um pouco alusão sobre o fato de João Rath, o proprietário da loja, ter sido acusado desse “crime” em 1964, um pouco ironia sobre a situação do Brasil – que estava dividido entre MDB e Arena.

A livraria estava situada no início da Rua Nereu Ramos (onde hoje se localiza uma das agências da Caixa Econômica) e, em uma sala nos fundos, sob o pretexto de tomar chimarrão, reunia os mais diversos segmentos sociais, econômicos, políticos e intelectuais da cidade. Foi lá que tive o prazer de conhecer alguns dos personagens que – depois de tanto tempo – ainda participam do meu imaginário: Rogério Castro, Senador Celso Ramos, Pedro Fava, Sineval Couto, Antônio Munarim e o casal Walmor (Nini) Beltrame e Sonia Stradiotto, entre outros. Rogério Córdova, que era um dos dirigentes do Colégio Industrial (onde eu estudava), Ari Martendal, Sergio Sartori (um dos meus professores de História) e Dona Eda Arruda Scur (minha parente!) também visitavam o ambiente. O espaço era bem mais democrático que possa parecer, tanto que os militantes mais assumidos da direita também costumava “filar” o mate – a sede da Arena era ao lado da livraria!  

A primeira coisa que notei ao entrar na loja foi o jirau (que algum metido possivelmente chamará de mezzanino). A livraria era enorme e o João Rath controlava o movimento dos clientes lá de cima (conta a lenda que foi daquele lugar que o Edézio Nery Caon – literalmente – “lançou” o mais famoso dos best-sellers lageanos, A Academia). Depois de resolver o expediente burocrático (ir ao correio, ir aos bancos, fazer pedidos às editoras, separar os livros para devolução), João descia para conversar com os amigos – que entravam e saiam durante todo o dia, de acordo com interesses pessoais.

Por algum motivo que foge de qualquer nível de compreensão (inclusive porque não gosto de chimarrão!), fui adotado. Primeiro por Dona Maria Rath, que cometeu a insanidade de me oferecer crédito na livraria. Depois, me enturmei com os “velhos” (quase todos tinham, no mínimo, o dobro da minha idade). Sempre que tinha algum tempo livre, ia para lá “namorar” os livros, comentar o noticiário nacional. Evidentemente, causei algumas dificuldades. O estudante rebelde (meu personagem favorito daquela época) costumava dizer várias bobagens de cinco em cinco segundos. E a regra da casa era simples: quem diz o que quer, escuta o que não quer. O aprendizado nem sempre é suave.

Alguns anos depois, a livraria teve que mudar de endereço. Continuou na mesma rua, mas uns 200 metros mais abaixo e do outro lado da calçada. Infelizmente, os participantes da roda de chimarrão eram outros (muitos dos antigos tinham se mudado de Lages, outros foram levados pela indesejada das gentes). De qualquer forma, eu costumava “bater o ponto” quase todos os dias. Principalmente para conversar com o João Rath – embora ele não gostasse muito de ser interrompido em sua rotina. O escritório era menos sofisticado, separado da livraria por uma estante quase cheia (pelos espaços vazios era possível ver o movimento na loja). Minha imagem mais nítida desse tempo mostra o João sentado, diante da mesa de trabalho, mergulhado em um mar de papéis ou resolvendo as palavras cruzadas do jornal (no final da tarde). Os visitantes ou se sentavam em uma “namoradeira” de madeira, com espaço para duas pessoas, ou no sofá (que acabou ficando famoso, mas essa é outra história). Nesse período era fácil "jogar conversa fora" com Márcio Camargo Costa, com a “doutora” Lélia Pamplona, com Sergio Ramos e com Valmir Nunes. Nos sábados pela manhã, o encontro marcado era com Alcione Wagner, Edézio H. W. Caon e Fernando Agustini.

Valmir Nunes, Ari Martendal, Raul Arruda Filho,
João Rath, Sergio Ramos e Edézio H. W. Caon
Para quem gosta de literatura, a vida do livreiro João Rath está entrelaçada com uma interessante coincidência. Ou melhor, um ponto de intersecção entre o real e a ficção. As oitocentas e tantas páginas do romance Ulisses, escrito por James Joyce, transcorrem no dia de seu aniversário: 16 de junho. A data é comemorada no mundo todo como Bloom’s day.    

Minhas conversas com João pareciam intermináveis, repletas de “causos” paralelos, e, algumas vezes, continuavam no dia seguinte. Invariavelmente, eu lhe pedia algum conselho sobre questões pessoais. Ele tergiversava ou emitia algum comentário ameno. Mesmo assim, ajudava. E muito. Era como se ele dissesse que a tomada de decisões, boas ou ruins, é algo particular, pessoal. E que devemos estar atentos ao desencadear de reações, muitas vezes imprevistas. Optar por isso ou aquilo tem preço – ninguém pode delegar a terceiros essa carga.  

Guiomar Rath Gargione e seu pai, João Rath
Além de ser um ótimo conselheiro, João tinha – aos meus olhos – quatro significativas qualidades: sólida formação intelectual, memória invejável, determinação e humor. A união dessas características podia ser observada na forma sóbria com que analisava o mundo. Filho de uma das pioneiras da educação lageana, Fausta Rath, estudou em colégio interno por algum tempo. Em Lages, integrou a primeira turma do Colégio Diocesano – Nereu de Lima Goss e Laerte Vieira foram seus colegas. Tentou ingressar na faculdade, em Porto Alegre. A situação financeira familiar impediu esse avanço escolar. Conhecia história, geografia, religião e literatura clássica com profundidade. Em conversas sobre esses assuntos, era capaz de recordar datas e acontecimentos com assustadora exatidão. Era comum que algum incrédulo consultasse livros e enciclopédias para localizar enganos, mas... tempo perdido.

Fiel depositário da memória histórica, João Rath participou de alguns dos mais importantes acontecimentos culturais e políticos de Lages durante cerca de cinco décadas (grupo de escoteiros, fundação do "Correio Lageano" e Casa da Cultura, por exemplo).

Quando decidia alguma coisa, raramente mudava de opinião. Em momentos distintos de sua vida, decidiu abandonar o álcool e o tabaco. Nunca mais bebeu ou fumou.

João Rath, Danilo Castro, Nereu Goss,
Ari Martendal e Raul Arruda Filho
Em público, era um homem sério; em particular, esbanjava humor. Adorava trocadilhos. Quando falava sobre o regime militar iniciado em 1964, lembrava que um militar o havia advertido, no momento de sua prisão, que estava sendo acusado de defender “certas ideias e não as ideias certas”. Também repetia que o governo, nesse período, tinha o desagradável costume de alterar a frase latina si vis pacem para bellum (se quer a paz, prepare-se para a guerra) para Civis? Passem no parabélum!.

Fiel ao lema “perco o amigo, mas não perco a piada”, dizia que, se deixasse passar uma situação engraçada, ficava com remorso (!!) e não conseguia dormir a noite. Assisti várias vezes a encenação de um de seus divertimentos favoritos: em almoços, principalmente quando estava na companhia de estranhos, costumava se queixar, de forma bastante triste, que a Madre Superiora (que era como ele chamava carinhosamente a Dona Maria), por pura maldade, o proibia de comer sobremesa. Invariavelmente, o ouvinte acreditava na narrativa e passava a olhar para Dona Maria como se ela fosse uma megera! Isso não era verdade, mas ele se divertia bastante com essa brincadeira inocente.

Não posso garantir a total veracidade dos fatos que estou recordando, o tempo corrói as lembranças, mistura o antes e o depois, deixa esse vazio que somente conseguimos preencher inventando. O que tenho certeza é que (tomado pelo sentimento de orfandade, pois sempre o considerei como uma espécie de avô adotivo) fui forçado a me despedir de João Francisco Regis Rath de Oliveira no dia 24 de outubro de 2016.

Nada conseguirá diminuir a dor física que acompanha a ausência.


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

BOB DYLAN E O NOBEL DE LITERATURA

A vida está repleta de surpresas. E todo ano, em outubro, quando anunciam o nome do vencedor do Nobel de Literatura, essa tese recebe confirmação. Para algumas pessoas os palpites para 2016 eram iguais aos de 2015 e 2014: Ismail Kadaré, Philip Roth e Amós Oz (nesta ordem). Haruki Murakami também estava na lista – um pouco abaixo, na companhia de outros autores menos cotados. Todos foram preteridos – mais uma vez! No caso de Roth, considerado como persona non grata pela Real Academia Sueca, as chances, com o passar do tempo, se tornaram nulas. Para os outros três, cabe esperar pelos próximos anos – torcendo para que a premiação (se houver) não ocorra tarde demais.

Robert Allen Zimmerman, Irwin Allen Ginsberg
e o túmulo de Jack Kerouac 
A notícia de que o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 (e dos oito milhões de coroas suecas, cerca de três milhões de reais) foi Robert Allen Zimmerman (Duluth, Minnesota, 24/05/1941), mais conhecido como Bob Dylan, não conseguiu atingir a unanimidade. Protestos foram realizados nos quatro cantos do mundo. Também aconteceram centenas de comemorações. Infelizmente, como sói acontecer em situações similares, reflexões mais significativas não ganharam espaço na linha de frente ou nas manchetes dos jornais. Críticos e fãs preferiram bombardear os adversários com discussões estéreis. Letra de música não é literatura, disseram alguns. Outros preferiram argumentar sobre a necessidade capitalista de promover (e lucrar) com a contracultura e a cultura pop.

Para os primeiros, cabe lembrar que parte da teoria da literatura considera   atualmente    que todos os gêneros literários são fluídos, ou seja, não possuem fronteiras definidas. Alguns textos em prosa são poéticos, alguns poemas flertam com a prosa, a dramaturgia surge no inesperado e, em muitos casos, raramente se consegue dizer, com certeza, que isso é isso e aquilo, aquilo. Normalmente a boa literatura (seja lá o que isso for!) é composta pela soma de isso com aquilo (embora a predominância de um ou de outro se manifeste em diversos casos). Em outras palavras, o argumento mais sólido usado nesse momento está relacionado com o entendimento de que a modernidade e a literatura são líquidas (seguindo o pensamento de Zygmunt Bauman). E, nesses termos, transgredindo a lição de Heráclito de Éfeso, cabe se banhar dezenas de vezes nas águas de um mesmo rio. Só não vale afogamento (vá lá, alguns casos aconteceram!).

Se esse cinismo a-pós-a-moderna-idade não for o canto das sereias suficiente para produzir o sebastianismo que todos anseiam, urge lembrar que houve um tempo em que a música e a poesia eram irmãs siamesas. Na antiguidade clássica e medieval, o ritmo sonoro estava intimamente ligado com a versificação. Era um corpo indivisível. Nada conseguia separar as duas formas artísticas.

Bob Dylan e Mohamed Ali
Aedos, rapsodos, menestréis, trovadores e bardos (cada qual no seu devido tempo histórico) seguiam de cidade em cidade cantando canções líricas e epopeias heroicas. Sob a proteção de Orfeu, transmitiam oralmente as expressões da beleza. Eram os responsáveis pela (como diria Walter Benjamin, vários séculos depois) faculdade de intercambiar experiências. E, nessa festa constante, onde o lúcido estava associado com o lúdico, mostravam ao mundo que as questões mais significativas (amor, ódio, coragem, inteligência, inveja, morte) são universais. Poemas como Iliada e Odisséia, para ficarmos nos exemplos mais básicos, não chegariam até nós se não fosse o trabalho desenvolvido por esses artistas itinerantes. Somente mais tarde, muito mais tarde, quando Gutemberg (confirmando a fragilidade de papiros, pergaminhos e manuscritos) aprimorou a impressão com tipos móveis, é que foi possível dizer que surgiu um suporte mais eficaz para a transmissão do conhecimento. 

Bob Dylan e David Bowie
O divórcio entre a música e a poesia ocorreu em algum momento, embora ninguém consiga precisar quando. Como se fossem formas estranhas e distantes, elas passaram a caminhar por estradas paralelas, satisfeitas por nunca se encontrarem no infinito. A perda artística foi inestimável. A partir dessa fratura, fomentou-se o preconceito de que a poesia era uma forma de arte "superior" e que as letras de música (lyrics, na língua inglesa) não poderiam mais ser consideradas como manifestação literária, pois estão destinadas somente – e tão somente – a ser acessórios da estrutura melódica. Mesmo no mundo operístico, que consagra a união entre a música e a palavra, costuma-se ignorar o libretto – como se ele fosse a parte menos importante.

Bob Dylan e Bruce Springsteen
Com relação à outra restrição, mesmos os mais reacionários não conseguem negar o crescente interesse econômico da indústria cultural (que procura cooptar tudo o que não consegue destruir). A era da reprodutibilidade técnica (Walter Benjamin outra vez!) possibilitou que a distinção entre originais e copias se perdesse no balcão de negócios que transformou a arte em mercadoria. A fabricação de objetos em serie multiplicou a margem de lucros. Nesse sentido, para o capitalismo literário, há significativa diferença entre premiar, digamos, um poeta desconhecido do Vietnã e um grande astro europeu ou estadunidense. No segundo caso há tantas vantagens, que “desovar” estoques (que, de outra forma, estavam destinados a ocupar um espaço que poderia ser utilizado com outro produto mais rentável) fica em segundo plano. O entusiasmo de todos os participantes da engrenagem comercial se multiplica diante da possibilidade de vender um produto antigo revestido por uma nova embalagem (que fornece uma releitura aos conteúdos e cria algum tipo de compulsão pelo consumo).

Cher, Sonny Bono e Bob Dylan
Nos últimos trinta anos, talvez mais, a contracultura e a cultura pop perderam  parte do caráter libertário que as caracterizam. Passaram a ser itens da produção massificada. A rebeldia comportamental, o anarquismo político e a liberação sexual sofreram diversas mutações – que foram comercializadas como se fossem “tendências” da moda (devidamente expostas em revistas de fofocas ou nos desfiles das coleções outono-inverno e primavera-verão da “alta cultura” burguesa). E se alguém perguntar o porquê desse fenômeno, the answer, my friend, is blowin’ in the wind.

Dito isso, cabe concluir que pouco importa se Bob Dylan, um artista fora do cânone, ganhou um prêmio hipervalorizado pela indústria cultural. Qualquer um que conheça o mínimo de literatura percebe que qualidade (seja lá o que isso for!) e troféus poucas vezes são equivalentes. O usual é a divergência.
  
Bob Dylan e Patti Smith
Diante da inevitável pergunta cartesiana, o que acontecerá com a literatura depois do prêmio conferido ao Bob Dylan?, cabe entender que não existe qualquer tipo de resposta satisfatória. O grande legado do prêmio não está no nome do contemplado ou na sua “obra”, mas na análise crítica que pode surgir no cenário artístico. Repetindo algumas das discussões iniciadas no ano anterior (quando foi premiada uma jornalista investigativa em detrimento de algum escritor de ficção), espera-se que todo esse barulho sirva para derrubar alguns preconceitos estéticos.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

O JAZZ EM QUARENTA FRASES

– Jazz é ritmo e significado. (Henri Matisse)

– Jazz significa estar no momento presente. (Herbie Hancock)

– O jazz é uma inquietação acelerada. (Françoise Sagan)

– Quem precisa perguntar o que é jazz nunca o saberá. (Louis Amstrong)

– Se têm mais de três acordes, é jazz. (Lou Reed)

– De certo modo, a vida é similar ao jazz... é melhor quando improvisamos. (George Gershwin)

– O jazz é o irmão mais velho do blues. O blues é o ensino médio, o jazz é o ensino superior. (B. B. King)

– O rock é uma piscina, o jazz é o oceano. (Carlos Santana)

– Rock é para o grito, samba é para o pé, jazz é para a alma. (Lara Bottas)

– Não toque o que está na partitura. Toque o que não está lá. (Miles Davis)

– O jazz é a musica que expressa o melhor do espírito humano. Tem a ver com a ideia de compartilhar, não com a de competir. Jazz tem a ver com trabalho em grupo. (Herbie Hancock)

– O jazz é como o futebol, um improviso coletivo dentro de certas regras, um exercício de convivência. (Fernando Sabino)

– Tudo vale a pena no campo do jazz, a partir do momento em que a música ressoa na alma dos músicos que estão tocando. A improvisação pode transformar tudo em jazz. Não há restrições. (Joshua Redman)

– Só existem duas coisas importantes: o amor, em todas as suas formas, pelas mulheres bonitas e a música de Nova Orleans ou de Duke Ellington. O resto deveria desaparecer. (Boris Vian)

–  A maior sensação que já tive na vida – vestido – foi quando ouvi Charlie Parker e Dizzy Gillespie pela primeira vez. (Miles Davis)

– Todas as cantoras deveriam se ajoelhar e agradecer a Deus por ter existido uma Billie Holiday. (Annie Ross)

– No jazz, cada instante é uma crise – disse Sato, citando Wynton Marsalis –, e cada um coloca toda a sua habilidade para suportar essa crise. Como o espadachim, o arqueiro, o poeta e o pintor: tudo está ali. Não há futuro, nem passado. Somente esse instante e como o enfrentamos. A arte acontece. (Christopher Moore)

– Jazz é uma palavra branca para definir a gente negra. Minha música é música clássica negra. (Nina Simone)

– Ninguém é obrigado a ter colhido algodão para tocar jazz. (Miles Davis)

– Quando tocar um pouco de jazz e as pessoas não moverem os pés, não toque mais. (Count Basie)

– Não toque o saxofone. Deixe que ele toque você. (Charlie Parker)

– Pode haver certa magia quando estou escrevendo, mas no resto do dia sou apenas um amante do jazz – como milhões por aí. (Haruki Murakami)

– Não me importa se os críticos dizem que sou uma cantora de jazz ou de música pop. Eu gosto de cantar e tento cantar o que acredito que as pessoas gostam de escutar. Canções que se ajustam ao meu estilo. (Ella Fitzgerald)

– Não sei onde a música mais séria e o jazz se separam. Não vejo uma linha divisória. Se a musica soa bem, ela é boa. (Duke Elington)

– Cantar canções como “The Man I Love” ou “Porgy” dá menos trabalho do que sentar e comer pato assado. E eu adoro pato assado. (Billie Holiday)

– Parece-me que a maioria das pessoas só se impressiona com três coisas: a rapidez com que se pode tocar, a altura que se pode atingir e o volume de som produzido. Agora, mais experiente, vejo que provavelmente menos de 2% do público sabe realmente ouvir. (Chet Baker).

– Tragédias de todo tipo podem ter acontecido comigo, mas quando estou tocando tudo passa. Quando eu sair, vou levar tudo comigo de novo, mas o palco é o meu santuário. Eu costumo chamá-lo de meu casulo. (Art Blakey)

– Eu não estava pensando em mudar o curso do jazz, estava apenas tentando tocar alguma coisa que soasse boa. (Thelonious Monk)

– Na primeira vez que ouvi Bird, ele me acertou bem no meio dos olhos. (John Coltrane)

– Alguns críticos e algumas escolas de pensamento dizem que o jazz é liberdade de expressão e todo esse tipo de coisas, mas na realidade suas ideias são muito tendenciosas, porque acreditam que uma personalidade deveria estar limitada a sua principal característica de identidade. (Duke Ellington)

– O jazz é como o vinho. Os novos são para os aficionados. Quando envelhecem, todo mundo os quer. (Steve Lacy)

– Mais do que os escritores, o que mais me influenciou foi o cinema europeu, o jazz e o expressionismo abstrato. (Don Delillo)

– As únicas coisas que Estados Unidos deu ao mundo são os arranha-céus, o jazz e os cocktails. (Federico Garcia Lorca)

– Tudo o que queria fazer de significativo era tocar jazz e viajar – e foi o que fiz toda a minha vida. (Count Basie)

– Jazz não é um “quê”; o jazz é um “como”. (Louis Armstrong)

– Jazz é música para ser tocada em ritmo suave e doce. (Jelly Roll Morton)

– O bebop não é o filho mimado do jazz. (Charlie Parker)

– O jazz não morreu. Ele ficou com um cheiro estranho. (Frank Zappa)

– Jazz é como o latim: bonito e sem vida. (Marcus Miller)

– O jazz é a música tradicional da era industrial. (Paul Whiteman)