O início de cada ano é uma convenção. Cada cultura adota uma forma de celebrar a data. E isso significa que existem diversos calendários no mundo. Nenhum é melhor do que o outro. São apenas diferentes.
Entre 29 de janeiro de 2025 e 16 de fevereiro de 2026, o calendário chinês celebra o ano 4723. O seu regente é a Serpente (com características de Madeira Yin).
A principal diferença entre o calendário gregoriano, utilizado pelo Ocidente desde 1582 (365 dias, 12 meses, semanas de sete dias com 24 horas), e o chinês está na contagem lunissolar do tempo. Ou seja, unifica os ciclos lunares e o solar.
A lunação é o tempo entre duas luas novas consecutivas, ou seja, 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,9 segundos (29,530589 dias). Cada ano possui 12 lunações, ou seja, 354 dias. Para não perder a sincronia com o ciclo solar (365,25 dias), os chineses acrescentam um mês a cada três anos.
O calendário chinês começou a vigorar em 2637 a. C., por ordem do Imperador Huang Ti, no ano 61 de seu governo. Com variações que respeitam especificidades e as tradições locais, essa forma de contagem temporal é adotada na China, na Coreia do Sul e no Japão, além de outros países com populações (ou costumes) de origem chinesa. No Japão existem algumas diferenças. Para o Juunishi (calendário japonês) é possível combinar os ciclos lunares com a contagem de tempo gregoriana.
Segundo uma lenda antiga, Buda convidou todos os animais existentes no mundo para uma festa de Ano Novo. Apenas doze compareceram. Cada um deles recebeu de presente um ano para que pudessem influenciar a personalidade e a energia do período. Por ordem de chegada: Rato (Camundongo), Boi (Búfalo, Vaca na Tailândia), Tigre (Pantera na Mongólia), Coelho (Lebre, Gato no Vietnam), Dragão (Crocodilo na Pérsia), Serpente (Cobra, Pequeno Dragão na Tailândia), Cavalo, Ovelha (Carneiro), Macaco, Galo (Galinha), Cão, Porco (Javali).
O Cavalo de Fogo rege o mundo a cada 60 anos.
Uma variação dessa lenda atribui ao Imperador de Jade (divindade mitológica chinesa, senhor dos céus) a organização de uma competição entre os animais para estabelecer o tempo com relação à rotação da lua. Aos doze primeiros foi atribuído um ano.
O Ano Novo é celebrado com uma festa que pode durar até 15 dias (até a Lua Cheia seguinte). No Festival das Lanternas, as pessoas penduram lanternas nos tempos ou as carregam em um desfile noturno. Fogos de artificio, roupas e decorações de cor vermelha fazem parte do ritual popular. Visitar parentes é um costume tradicional – o que ocasiona intenso trânsito de viajantes em toda a China. Casais e idosos costumam doar, em envelopes vermelhos, algum dinheiro para jovens e crianças – valores pares, impares são reservados para funerais. Os envelopes devem ser mantidos fechados sob o travesseiro durante sete dias. Dormir sobre o envelope simboliza boa sorte e fortuna.
Festival das Lanternas |
Nas celebrações familiares, é costume comer peixe inteiro (em mandarim, a palavra yu significa peixe, mas também tem som de prosperidade ou abundância), Jiaozi (Guioza, bolinhos cozidos no vapor ou fritos com recheios diversos), Tang yuan (bolinhos de arroz gelatinoso servidos em uma sopa doce), Nian Gao (Bolo do Ano Novo, algumas vezes em forma de peixe, feito de arroz gelatinoso). Todos esses pratos simbolizam a harmonia familiar e o desejo de vida longa, saúde, sorte e prosperidade.
Tang Yuan |
Os especialistas em astrologia atribuem aos nascidos no signo da Serpente uma série de características: intelectuais, perspicazes, pesquisadores, sensuais, amigáveis e pacientes. A sabedoria e o mistério permitem encontrar formas de superar as adversidades (a serpente, ao mudar a pele, acena para a evolução pessoal e espiritual).
Ninguém
arrisca grandes previsões para o ano da Serpente, embora seja de conhecimento
geral que estamos vivendo uma era de transformações e que a humanidade não mede
esforços para tentar destruir o mundo. Mesmo aqueles que dialogam com os deuses são
incapazes de estabelecer um vaticínio aceitável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário