Cada cultura celebra a passagem
do tempo de maneira especial. Para contar os dias, os meses e os anos (ou o
equivalente), os chineses utilizam um sistema que considera tanto a lua como o
sol. Como os 12 ciclos lunares anuais somam 354 dias, eles acrescentam um mês a
cada três anos – mantendo a sincronia com o ciclo solar, que é de 365,25 dias.
Desta forma, existem variações no início, fim e duração de cada ano lunissolar.
Segundo uma lenda oriental, Buda
convidou todos os animais para uma festa de Ano Novo. Apenas 12 compareceram.
Cada um deles recebeu como presente um ano, de acordo com a ordem de chegada:
rato (ou camundongo), boi (ou búfalo – vaca, na Tailândia), tigre (pantera, na
Mongólia), coelho (gato, na Tailândia), dragão (crocodilo, na Pérsia), cobra
(ou serpente – pequeno dragão, na Tailândia), cavalo, cabra (ou
O Ano-Novo Chinês começa na noite
da lua nova mais próxima do dia em que o sol passa pelo décimo quinto grau de
Aquário. Em 2023, essa particularidade astronômica e astrológica ocorre no dia
22 de janeiro.
O ano chinês número 4721 se
estenderá de 22/01/2023 até 09/02/2024 e é consagrado ao coelho. Na China, o
ano novo é um período de festas, com direito a feriado de sete dias, alegria
nas ruas, jantares familiares, visita aos tempos religiosos, feiras e festas de
lanternas, dragões de papel machê, fogos de artifício.
De acordo com os especialistas em
horóscopo chinês (sim, essa turma existe!), o coelho é um dos signos mais
afortunados, pois possui graciosidade na conduta cotidiana, espiritualidade
intensa (tendência ao misticismo e à mediunidade) e são exigentes com a ética e
a justiça. Quem nasceu no ano do coelho (os últimos são 1951, 1963, 1975, 1987,
1999, 2011, 2023) é uma pessoa calma, responsável e usufrui da longevidade.
As previsões para 2023/2024
indicam esperança, beleza e boas energias. Os relacionamentos poderão ser
favorecidos. Muitas pessoas desfrutarão da simplicidade (sem abrir mão do
conforto e do autocuidado). O ponto fraco está na questão emocional, que
precisa ser observada com cuidado, pois a posse, o ciúme e a carência afetiva
são defeitos – principalmente nos relacionamentos entre os casais.
Como a vida está repleta de
surpresas, convém não confundir coelho com lebre. Embora os dois animais sejam
parentes (ordem dos lagomorfos, família dos leporídeos), há diferenças substancias
entre eles (curiosos devem consultar o Google). O importante é lembrar que os
coelhos são animais herbívoros e que os humanos costumam transformá-los em
alimento. Também gostam de usá-los como cobaias em experiências científicas. Da
pele fazem casacos, chapéus, botas, etc. No Brasil, a espécie Oryctolagus
cuniculus (coelho europeu) é a mais frequente.
Na área das superstições, um pé
de coelho (assim como as ferraduras penduradas atrás das portas e os trevos de
quatro folhas) pode ser a diferença entre a sorte e o azar. Como os coelhos
procriam com facilidade e em quantidade, alguns povos da antiguidade
relacionavam o amuleto com a possibilidade de multiplicar os bens econômicos.
No hemisfério norte, a religião
cristã identifica o coelho (e o fim do inverno e o começo da primavera) como
uma representação da ressurreição de Jesus Cristo. Em outras palavras, celebram
o renascimento da vida.
Enfim, 2023 (se depender das
bênçãos do coelho) será um excelente ano. Resta saber se todos aqueles que
podem contribuir para que isso aconteça irão colaborar. Mas ai são outros
quinhentos mil-réis.
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