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terça-feira, 17 de julho de 2012

MARILYN MONROE


Na certidão de nascimento ela está registrada como Norma Jeane Mortenson. Mas, todos a conheceram como Marilyn Monroe (Los Angeles, 1 de junho de 1926 — Los Angeles, 5 de agosto de 1962). Ícone da identidade estadunidense, e, por extensão, da cultura pop mundial, a atriz se tornou o sonho de consumo de nove entre dez homens e mulheres. Quem não pensou em desfrutar de seus aromas e humores, provavelmente sonhou em substituí−la em algum filme. Em compensação, Marilyn, que era uma espécie de animal agonizante, passou parte de sua vida desejando ser outra pessoa.

Sete dias com Marilyn (My week with Marilyn. Dir. Simon Curtis, 2011), baseado em trechos dos diários de Colin Clark (publicados como The Prince, The Showgirl and meO Príncipe, a Vedete e Eu), é um filme agradável. Desses que ajudam a alimentar o mito e não deixam ninguém passar fome. Ao mesmo tempo, é quase bobinho, feito para ser assistido no sábado à tarde, de preferência com pipoca e refrigerante.

No ensolarado verão inglês de 1956, Colin Clark (Eddie Redmayne), rebelando−se contra a proteção familiar, aceita trabalhar na indústria cinematográfica como assistente no set de filmagem de The Sleeping Prince. Dirigido e protagonizado por Laurence "Larry" Olivier (Kenneth Branagh) e Marilyn Monroe (Michelle Williams), o filme é um entretenimento quase musical, mistura de um roteiro pouco crível e cenas de dança.

Marilyn, que gosta de chegar várias horas atrasada ao estúdio, se revela uma prima donna insegura e frívola. Quando seu terceiro marido, Arthur Miller, resolve voltar para Estados Unidos, e Marilyn entra em depressão, cabe a Colin Clark a tarefa de mostrar para a celebridade que é possível se divertir em solo britânico. Visitam museus, castelos, tomam banho em lagos gelados e trocam beijos quase castos.

O primeiro amor é um doce desespero, ensina para Clark uma das atrizes que trabalham em The Sleeping Prince. Para o rapaz (23 anos), aqueles dias com Marilyn se assemelham com um conto de fadas, repleto de promessas de felicidade eterna, e que quase se transforma em realidade. A atriz, por sua vez, encontra uma forma menos tediosa de aguentar as filmagens e a ausência do marido.

Em determinado momento, Clark diz para Marilyn: Você devia sair mais. Ver a paisagem. Marilyn responde: Eu sou a paisagem. O que pode ser comprovado diversas vezes, quando o assedio dos fãs impede que a estrela possa usufruir de uma vida "normal".

O rapaz, como estivesse sob o efeito de alguma miragem, se apaixona pela imagem de Marilyn. E, envolvido por uma rede de falsificações e logros, passa a viver uma tensão sexual atordoante – que, obviamente, não encontrará alívio no corpo da mulher provocadora, visto que ao retirar a capa protetora que a envolve, ela se revela completamente alheia aos sentimentos humanos.

Na cena final, como que a concluir toda essa comédia, Laurence Olivier recita uma fala de Próspero, personagem de A Tempestade, peça de teatro escrita por William Shakespeare: Alegre−se, senhor. Nossa diversão chegou ao fim. Nós somos a matéria da qual são feitos os sonhos. E nossa curta vida está envolta pelo sono.



Michelle Williams (tristemente conhecida como a viúva de Heath Ledger) é uma atriz com carreira sólida. Desde os tempos em que interpretou Jennifer (Jen) Lindley, uma personagem tempestuosa no seriado televisivo Dawson’s Creek, até a mãe do menino morto no filme Incendiário (Incendiary. Dir. Sharon Maguire, 2007), poucas vezes foi apanhada em algum tipo de deslize profissional.

Eddie Redmayne, apesar das sardas, possui talento. Basta lembrar a sua performance em Pecados Inocentes (Savage Grace. Dir. Tom Kalin, 2007), onde atuou ao lado de Julianne Moore ou na adaptação televisiva (minissérie) do romance Pilares da Terra (The Pillars of the Earth. Dir. Sergio Mimica-Gezzan, 2010)

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