ele sabia que o teu nome tem sabor de pergaminho
&
que todas as vezes que se apaixonou
esteve perto de arar os ossos da terra,
mesmo sem perder ou ganhar um ramo de acácias
&
A fotografia na carteira nunca passou de uma lembrança absurda
&
havia suor incrustado no desejo
como se fosse uma identificação
ou
um bilhete de adeus
&
olhar para o mar
ou
para as lágrimas
como um resumo simplório
de uma parte de uma parte que não possui importância
&
os dedos entrelaçados na manhã ensolarada de dezembro,
casal de namorados atravessando o parque
&
o deslumbramento é só um travelling emocional,
infindável – como uma mentira
&
amor e intriga são sinônimos
assim como um rosto que se esconde na névoa
&
teve aquele dia em que tudo foi desencontro
exceto lábios, línguas, dentes, saliva
&
uma dor abissal precisa
de um poema,
ou de algo decantável:
você brincando de esconde−esconde na floresta
&
todas as paixões se vestem de ausências
&
a imagem gravada na memória
aquele momento
em que a porta se abriu,
a casa vazia,
os moveis relatando o infortúnio
&
então,
ele,
na varanda,
sentado na cadeira,
construiu castelos de plástico,
esperando pela fuga dos dias
ou
pelos rituais sagrados da noite
&
por você
&
OBS: Gravuras de Pierre Bonnard (1867 - 1947)
gracias dulce poeta por el regalo de tan bellas letrs, un besin de esta amiga admiradora.
ResponderExcluirGracias!
ResponderExcluirPARABÉNS RAUL, BELÍSSIMO POEMA!
ResponderExcluirBelíssimo, Raul! Obrigada por compartilhar. Bjs
ResponderExcluirCarmelo, Naná: Obrigado!
ResponderExcluirMonumental, meu amigo. És poderoso em seu gênero e em tua linguagem. ''ele,
ResponderExcluirna varanda,
sentado na cadeira,
construiu castelos de plástico,
esperando pela fuga dos dias
ou
pelos rituais sagrados da noite''
Parabéns! Me fiz teu seguidor!